sexta-feira, 20 de junho de 2008

Sao João em festa

O mês de Junho põe Portugal em festa e amanhã, 24, é a vez de São João Baptista, um dos mais invocados pela população. Segundo o recenseamento das festas populares, terminado em 1989 em todo o país, São João é um dos dez santos e invocações celebrados mais frequentemente. A Igreja universal, celebra a 24 de Junho a Solenidade litúrgica do Nascimento de São João Baptista. Uma outra festa, a do seu martírio, também lhe é dedicada, a 29 de Agosto. João Baptista é o único santo, com a Virgem Maria, de quem a Liturgia celebra o nascimento. Isso deve-se à missão única, que, na História da Salvação, foi confiada a este homem, considerada “o Profeta por excelência”. A festa está ligada ao ciclo solar, no hemisfério norte. Estas festividades de verão funcionam como pretexto para evocar e exaltar a vida que o sol, no solstício, traz consigo: basta recordar que, pelo S. João, se faz em muitas localidades do país uma fogueira que impedia o sol de esmorecer no seu esplendor. As festas populares, manifestações colectivas, as crenças e ritos de devoção particular são as grandes marcas da religiosidade popular no nosso país. Nas festividades populares, com ou sem relação com o ritual oficial e, muitas vezes, com origem em cultos naturalísticos, é possível encontrar manifestações particulares, por vezes, com carácter mágico. A piedade e a vivência popular atribuíram a aos santos populares a sua missão protectora, organizando festividades, congregando na celebração o sacro e o profano. O antropólogo José da Silva Lima explica a relação entre o “ciclo solar e os lugares da memória”, referindo que “o Cristianismo não inventou este ritmo herdou-o das civilizações anteriores e serviu-se dele num intuito evangelizador”. “A festa aparece como movimento que não deixa de ser igual, de repetir, sendo diferente e inovador, reciclando e integrando, qual memória que não deixa de ter um presente alicerçado em pilares estruturantes do passado, das origens”, explica. As Festas de S. João no Porto tornaram-se famosas em toda a parte pelo carácter popular e democratizado da sua celebração. Com mais ou menos esplendor, com mais ou menos fogo de artifício, é sempre a expressão de alma popular que está em causa.

GG

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