Natural da Ilha da Madeira, Francisco Franco de
Sousa nasceu na Ponta do Pargo a 9 de Outubro de 1885.
Em 1893 iniciou os estudos na então Escola
Industrial António Augusto Aguiar do Funchal.
Ingressou na Escola de Belas Artes de Lisboa em
1902, iniciando o Curso Especial de Escultura em
1907. Enquanto aluno participou em exposições
anuais e nos concursos para os monumentos aos
Heróis da Guerra Peninsular e à memória de
Barahona Fernandes, obtendo menções honrosas.
Em 1910 venceu o concurso para a bolsa de
escultura do Legado Valmor, partindo nesse ano
para Paris. Aí convive com jovens artistas
portugueses, participa da intensa vida cultural da
capital francesa e viaja por França, Holanda e Bélgica.
Regressou à Ilha da Madeira em 1914 onde realiza
vários bustos, destacando-se o busto
comemorativo de João Gonçalves Zarco. Ainda a
figura tumular – Anjo Implorante –, o Torso Alusivo
ao Ataque dos Submarinos Alemães ao Funchal, e
o Busto Simbólico do Aviador.
Em 1921 regressa a Paris, iniciando uma época de
trabalho intenso, e alcançando críticas favoráveis
em diferentes exposições nos Salons de Paris.
Datam deste período obras como, Busto do Pintor
Manoel Jardim, Busto de Polaca, Torso de Mulher,
Rapariga Francesa, Adão e Eva ou o Semeador.
É em Paris que, com Dordio Gomes e Diogo de
Macedo, é planeada a Exposição 5 Independentes,
inaugurada em 1923 em Lisboa.
Em Maio de 1924 inicia com Dordio Gomes uma
longa viagem por Itália, que o influenciou
profundamente e deixará marcas na produção subsequente.
Desse mesmo ano data o contrato para a
construção do Monumento a João Gonçalves
Zarco, encomendado pela Junta Geral do Distrito
do Funchal. O monumento foi exposto pela
primeira vez em Lisboa, na Avenida da Liberdade,
a 27 de Outubro de 1928, e finalmente inaugurado
no Funchal a 28 de Maio de 1934.
Ainda nos anos 20 expôs em Nova Iorque, no Rio de Janeiro e em Boston.
Em 1931 executa a estátua do Infante D. Henrique
para a Exposição Internacional e Colonial de Paris.
Em 1933 inaugura a Dor, para o monumento
fúnebre ao Rei D. Carlos e ao príncipe D. Luís
Filipe, no Panteão Real. Dois anos depois, nas
Caldas da Rainha, é inaugurado o monumento à
Rainha D. Leonor, cujos trabalhos tiveram início
em 1926, ainda no Funchal.
Participou em importantes obras arquitectónicas do
modernismo português, nomeadamente na Igreja
de Nossa Senhora de Fátima em Lisboa,
inaugurada em 1938 e na Casa da Moeda de Lisboa.
Em 1934 executa um busto de Salazar, e mais
tarde em 1937, uma estátua togada, destinada à
Exposição Universal de Paris desse ano.
Em 1940 inaugura o D. João IV de Vila Viçosa. A
partir dessa data, executa uma série de estátuas
de reis de Portugal, D. Dinis, D. João III, D. João I,
D. João II, e finalmente, em 1950, o Bispo D.
Miguel de Portugal para Lamego, sua última obra de estatuária.
Paralelamente vai realizando cabeças e bustos de
amigos e personalidades da época.
Os últimos anos da sua vida são profundamente
afectados por um desastre de viação, do qual
nunca se viria a restabelecer completamente. É
deste período a encomenda da estátua
monumental do Cristo Rei de Almada, para a qual
só fizera um esboço inicial.
Ao longo da sua vida foi-lhe reconhecido mérito e
valor, recebendo várias medalhas e o Grau de
Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada.
Faleceu na sua casa em Lisboa a 14 de Fevereiro de 1955
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