segunda-feira, 7 de setembro de 2009

«Povo saberá fazer vir novos e bons tempos»




Alberto João Jardim referiu ontem que quando se inaugura um investimento, seja ele muito caro ou muito barato, é de desenvolvimento da Região que se trata, sublinhando, por outro lado, que o desenvolvimento também não pode ter apenas um sentido meramente económico.
Falando na Ponta do Pargo, onde inaugurou o Caminho do Lombo Queimado, o chefe do Executivo madeirense frisou que, no seu caso, quando fala de desenvolvimento, nunca refere a palavra sózinha. «Digo sempre desenvolvimento integral, com D e I grande. Porquê? Para mim, o conceito de desenvolvimento só existe quando ele é, ao mesmo tempo, económico, social, cultural e ambiental. Isto é, só há rentabilidade económica no desenvolvimento se dele nascer consequências que significam melhoria de condições sociais, melhores oportunidades culturais para as pessoas e finalmente, devidamente adequado ao ambiente. Só há desenvolvimento se for integral. Pensarmos no desenvolvimento sob o aspecto económico está absolutamente errado e não tem qualquer rentabilidade para o bem comum das pessoas»,
Apesar do esforço em prol de um desenvolvimento integral, Jardim diz que «não tem sido fácil» apresentar quase todos os dias obra nova. «Todos sabem as condições que hoje rodeiam a Madeira, mas tenho esperança e fé no futuro de que este desenvolvimento vai continuar. O povo saberá fazer vir novos e bons tempos para o nosso país e para a nossa terra», complementou.
Jardim aproveitou também o discurso do desenvolvimento para elogiar o povo da Ponta do Pargo. «No caminho, vinha observando as casas e quero felicitar a população pelo bom gosto e enquadramento na paisagem das mesmas. As casas têm qualidade e foram colocadas muitíssimo bem na paisagem sem a agredir e até valorizando-a. O povo da Ponta do Pargo está de parabéns por esta forma inteligente e de respeito pelo ambiente com que está a fazer o seu desenvolvimento e evolução», comentou.
Quanto à obra inaugurada, o presidente do Executivo regozijou-se pelo facto de o presidente da Câmara ter tido a «visão e a prioridade» de acabar com o que ali existia, ainda que o caminho não se encontre no centro da freguesia. «Este Caminho do Lombo Queimado era uma via de circulação absolutamente necessária para esta extremidade da Ponta do Pargo», afirmou.

90 por cento das obras concluídas

Já Manuel Baeta, presidente da Câmara da Calheta, destacou que esta era uma das poucas ruas que ainda existiam na freguesia da Ponta do Pargo em mau estado. «Para quem conhecia isto, antes, era um caminho de terra, mais estreito. Foi preciso fazer o alargamento e dar melhores condições para que tivéssemos aqui um caminho em condições para este sítio», lembrou.
O autarca revelou que há outros arruamentos que estão a ser repavimentados nesta altura, dando assim cumprimento ao caderno eleitoral em termos de obras. «Com esta inauguração, ficamos com mais de 90 por cento das nossas obras concluídas no concelho e, mais concretamente, na Ponta do Pargo», acentuou.

Libertar a Região do poder colonial

Alberto João Jardim voltou, ontem, a criticar a RTP-M pela forma como tem feito a cobertura jornalística das inaugurações. «Apesar do esforço que estamos a fazer, a televisão que é governada de Lisboa pelo poder colonial praticamente não dá informação sobre isto. Põe um minuto para disfarçar. Há aqui um acto claro de censura por parte da televisão e a minha luta é acabar com o poder colonial nesta terra», disse o presidente, acrescentando que «quando as coisas são mandadas de Lisboa tudo está apontado para nos prejudicar».
Por tudo isto, diz que a luta «não é apenas para o desenvolvimento, mas é também para nos libertar do poder colonial».

A obra

As obras de beneficiação do caminho municipal do Lombo Queimado, que ontem foram inauguradas pelo presidente do Governo Regional, foram da responsabilidade da Câmara Municipal da Calheta, sendo que o seu custo total ascendeu a cerca de 210 mil euros.
Os trabalhos agora concluídos consistiram na beneficiação e pavimentação do Caminho Municipal, numa extensão aproximada de 475 metros.
O pavimento executado é constituído por um tapete betuminoso que assenta sobre uma camada de “tout-venant”. Foi ainda lançado uma rede de água potável.

FONTE: JM

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