quinta-feira, 6 de março de 2008

FIGURAS IMPORTANTES DA PONTA DO PARGO










Costa Dias (Manuel da)
(1883 – 1930) Oficial da Administração Militar, professor, político e escritor, nasceu na freguesia da Ponta do Pargo a 18 de Outubro de 1883 e faleceu em Lisboa, no hospital Militar da Estrela, em 24 de Julho de 1930.
Casou com D. Helena Ribeiro Costa Dias, de quem teve dois filhos: comandante Artur da Costa Dias e D. Maria Emília Costa Dias, casada com o Dr. Wenceslau de Sá, do continente.
Começou os seus estudos no seminário Diocesano do Funchal, tirando a seguir o curso dos Liceus, depois do que se matriculou no Instituto Industrial e Comercial do Porto, fazendo as cadeiras que constituem o curso da Administração Militar. Assentou praça em 11 de Julho de 1903, sendo promovido sucessivamente: a alferes, em 1909, a tenente em 1910, a capitão em 1916, e a major em 1923. Em 1910 esteve em África onde prestou relevantes serviços, tendo sido um valioso colaborador do Governador do Huíla, coronel João de Almeida. 5 Anos mais tarde, voltou a Angola com uma expedição do comando do General Pereira de Eça, na qual desempenhou as funções de chefe dos serviços administrativos de Humbe e Cuamato.
Em 1916, partiu para os campos de batalha da França, onde desempenhou os mais espinhosos serviços.
Foi lente proprietário da nona Cadeira do Exército e da Escola Superior Colonial da cadeira de política económica e Direito Aduaneiro coloniais.
Na qualidade de lente da Escola Superior Colonial fez parte do Conselho do Comércio Externo que funcionava no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Neste mesmo ministério, prestou assinalados serviços na Delegação Portuguesa à Comissão das Reparações em Paris e na Comissão Executiva da Conferência da Paz, na obtenção das reparações alemãs por prejuízos em África anteriores à declaração da guerra.
Foi deputado pela Madeira nas legislativas de 1915 e 1925 e chefe do Gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros Dr. Barbosa Magalhães.
Na primeira legislatura, foi o relator do orçamento do Ministério da Guerra e apresentou uma importante proposta de lei sobre a organização das forças militares coloniais que mereceu rasgados elogios. Na legislatura de 1925 de entre os vários trabalhos de que foi encarregado, avulta o bem elaborado relatório que apresentou como membro da Comissão do Comércio e Indústria sobre o novo regime de fabrico e comércio de tabacos em Portugal.
Escreveu e publicou, entre outros, os seguintes trabalhos: “Campanha contra Soult” (Conferência), 1909; “As subsistências do exército Aliado Anglo-Luso”, Lisboa 1909; “Colonização dos planaltos de Angola”, Lisboa 1913; “Guerra peninsular, 1808 – 1811”; “O serviço de subsistência no exército Anglo-Luso”, Lisboa, 1913; “Administração Militar”, 3ª Edição, 1918, Flandres, 1920.

Quando aluno do Liceu do Funchal redigiu o jornal Republicano “O Democrata” e mais tarde foi um assíduo colaborador da “Revista Militar” e de vários jornais Diários.
Possuía as seguintes condecorações: Medalhas de Campanha em África e Flandres de Bom Comportamento, de Bons Serviços dos Aliados, de Solidariedade do Panamá, Cruz de Guerra, pelo seu procedimento durante a batalha de La Lis em Abril de 1918, sendo também comendador das ordens de Santiago, Avis e Cristo. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal,1983, pp. 140-141)

Esmeraldo (Francisco Mendes)
(1879 – 1959) Bacharel, formado em Direito pela Universidade de Coimbra, nasceu na Ponta do Pargo em 1879 e faleceu em Lisboa no dia 3 de Junho de 1959. Casou duas vezes. A 2ª com D. Maria Sílvia Celsa Sela. Esmeraldo, de quem teve uma filha: D. Maria Silvina Esmeraldo Homem Costa, casada com o Dr. António Homem da Costa, c. g.
Tirou o curso do Liceu do Funchal depois do qual se matriculou na Faculdade de Direito de Coimbra onde formou em 1905.
Depois de concluído o seu curso fixou residência em Lisboa, onde abriu banca de advogado. Foi secretário do Governo Civil de Lisboa e um distinto jurisconsulto, sendo considerado em Lisboa como uma das figuras de maior evidência no foro da capital. Faleceu com 80 anos de idade. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal, 1983, p 162)



França (Manuel Augusto de)
(1870 - ?) Proprietário, funcionário público, nasceu na freguesia da Ponta do Pargo, Madeira, a 5 de Março de 1870, sendo filho de Francisco Freire de França e Almeida e de D. Maria Virgínia de Jesus.
Casou com D. Silvana Vilhena da Costa e França, de quem teve três filhos: Dr. Vasco Augusto de França, médico; D. Maria Joana de França e D. Felisbela da Costa e França.
Aos 20 anos de Idade foi para o Brasil, onde esteve dois anos. De regresso à Madeira, em 1894, foi nomeado regedor da freguesia da Ponta do Pargo e depois juiz de paz das freguesias do Paul do Mar, Fajã da Ovelha, Ponta do Pargo e Achadas da Cruz, cargo que desempenhou durante 17 anos. Foi administrador do concelho da Calheta e vice-presidente da Câmara Municipal do mesmo concelho durante 12 anos, nos últimos dos quais exerceu as funções de presidente. Durante o desempenho destas suas funções procurou dotar o seu concelho com boas estradas, fontanários e escolas.
Como funcionário público desempenhou as funções de chefe de conservação das Levadas do Rabaçal e foi ajudante do Porto do Registo Civil da Ponta do Sol.

Faleceu na casa de sua residência no Pedregal, Ponta do Pargo. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal, 1983, p 195)

França (Vasco Augusto de)

(1900 – 1985) Licenciado em Medicina e cirurgia, nasceu no sítio do Pedregal, Freguesia da Ponta do Pargo, Madeira, em 25 de Abril de 1900, sendo filho de Manuel Augusto França e de D. Silvana Vilhena da Castro e França, em t.º de Franças. Casou com D. Fernanda Maria Homem de Gouveia, em t.º de Pontes de Gouveia, s. g. Tirou curso do Liceu do Funchal depois do qual se matriculou na Faculdade de Medicina de Coimbra, onde se formou em 1926.
Quando estudante em Coimbra, fez um grupo de baixos do orfeão académico, tendo visitado, nessa altura, como orfeonista, a Espanha e a França, sob a regência respectivamente do Dr. Elias de Aguiar e Dr. António Joyce.
Logo depois da sua formatura, prestou serviços como médico de bordo dos emigrantes portugueses para a América do Norte. Na companhia francesa de navegação Faber Line viajou pelo mundo fora.
De regresso a sua terra natal, em 1929, foi nomeado médico municipal da Ponta do Pargo, onde tem prestado relevantes serviços clínicos ao povo do Concelho e muito particularmente ao das freguesias da Ponta do Pargo, Fajã da Ovelha, Prazeres, Paul do Mar, e mesmo até no concelho vizinho, Porto Moniz no tempo do governador Camacho de Freitas foi nomeado Presidente da Câmara Municipal da Calheta, sendo depois reconduzido. Desempenhou as suas funções com muita dedicação e proficiência, dotando o seu concelho com novos caminhos, de grande interesse público, e abastecido com água potável vários sítios que se encontravam muito mal servidos, sem fontenários públicos. Antes da electrificação geral da ilha da Madeira, já o doutor Vasco França tinha dotado a sua freguesia com uma central hidroeléctrica, destinada à eliminação particular, a força motriz do sítio do Pedregal.
Afora os seus afazeres profissionais, dedicava-se à apicultura e à música.
Ao completar os seus 80 anos, foi-lhe prestada uma homenagem pela Câmara Municipal, descerrando-lhe uma placa que dá o nome de Dr. Vasco Augusto de França a uma rua da Freguesia da Ponta do Pargo. Assistiram a essa homenagem os presidentes da Assembleia e Câmara Municipal, membros das respectivas autarquias do Concelho, vários médicos madeirenses e toda a população local. Faleceu na Ponta do Pargo a 2 de Janeiro de 1985, realizando-se o seu funeral para o cemitério daquela Localidade, para o jazigo de família no dia 3 de Janeiro de 1985. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal, 1983, pp. 196-197)

Franco (Francisco)
Escultor, de seu nome completo Francisco Franco de Sousa, nasceu no Funchal, em 1885 a 9 de Outubro.
Segundo fontes consultadas na freguesia, poderia ter nascido na Ponta do Pargo, local de residência da família mas, à época do nascimento, teria vindo para o Hospital da Misericórdia do Funchal, em busca de assistência qualificada.
Célebre escultor madeirense, licenciado em Belas Artes, executou várias obras, fez várias exposições e participou em concursos, obtendo menções honrosas. Da sua obra destacam-se, na Madeira, os seguintes trabalhos:
- Estátuas – Infante D. Henrique, Gonçalves Zarco e o Semeador.
- Cabeças e Bustos – Henrique Vieira de Castro e Doutor Januário Figueira da Silva.
- Relevos – do Monumento a Gonçalves Zarco.
A Câmara Municipal do Funchal atribuiu-lhe a Medalha do ouro de Mérito do Município do Funchal.

Na Região existem dois edifícios em homenagem a este escultor: Escola Secundária Francisco Franco e Museu Henrique e Francisco Franco.
Faleceu em Lisboa a 15 de Fevereiro de 1955.

Gouveia (António Homem de)
(1869 – 1961) Cónego da Sé do Funchal, orador, professor, jornalista e poliglota, nasceu na freguesia da Ponta do Pargo, Sítio do Salão, em 15 de Dezembro de 1869, sendo filho de António Homem de Gouveia e de D. Josefina Maria de Gouveia, n. p. de António Homem de Gouveia e de D. Maria Antónia de Jesus, em t.º de Pontes de Gouveia, n.m. do morgado Manuel de Ponte de Gouveia e de D. Maria de Gouveia.
Cursou o seminário desta diocese e ordenou-se presbítero a 23 de Setembro de 1893. No princípio da sua carreira sacerdotal exerceu o papel de cura do Porto Santo, vigário da Boaventura, mestre de cerimónia da Sé Catedral, Capelão da Sé da Santa Casa da Misericórdia, sendo em 30 de Novembro de 1899, despachado por carta régia, cónego da Sé do Funchal. Desempenhou as funções de escrivão da Câmara Eclesiástica, inquiridor dos bens pontifícios, examinador pró-sinadal e exerceu diversas comissões de serviços públicos como sejam: o cargo de Presidente da Junta Geral do Distrito, deputado da Nação, nas sessões legislativas de 1905 a 1906, de 1906 a 1907, e provedor da Santa Casa da Misericórdia. Foi professor do Seminário, do Liceu e da Escola Industrial e Comercial do Funchal, e funcionário do Museu Municipal. Em 1952 ofereceu à Junta Geral (biblioteca da estação agrária) algumas obras valiosas sobre assuntos da história natural do nosso arquipélago.

Foi um dos poliglotas mais distintos da Madeira, falando correctamente várias línguas, nomeadamente a Espanhola, a Italiana, a Francesa, a Inglesa e a Alemã.
No campo literário, os assuntos que preferia versar eram. Estudos Sociais, Religiosos e Políticos.
Foi um dos fundadores do primeiro Diário Católico do Funchal “O Correio do Funchal”.
Como jornalista, colaborou em vários jornais, sustentando várias polémicas que despertaram grande interesse. Proferiu várias conferências nesta cidade. Foi capelão e amigo do ex-Imperador Carlos da Áustria, e de sua mulher, a Imperatriz Zita, quando os antigos soberanos viveram exilados com seus filhos na Madeira, após a primeira Grande Guerra Mundial (1914 – 1918).
Escreveu e publicou: “A Escravidão da Igreja em Portugal”, discurso proferido na câmara dos deputados na sessão de 5 de Maio de 1905. “Necessidade do descanso dominical”, discurso proferido na Câmara dos Deputados na sessão de 6 de Fevereiro de 1907. “A Situação da Madeira” discurso proferido na câmara dos deputados na sessão de 19 de Fevereiro de 1907. “O Imperador Carlos”, Lisboa, 1922. Possuía a seguinte condecoração: “Proeclesia et Pontífice” pela Santa Sé. Faleceu no Funchal, no dia 29 de Julho de 1961 com 91 anos de idade. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal, 1983, pp. 240-241)


Júnior (João Pestana)
Foi uma auspiciosa revelação de poeta e jornalista, que prometia marcar vincadamente os êxitos a que o seu talento davam juz, quando a morte o surpreendeu em plena mocidade. Quando finalizava, ao mesmo tempo, Direitos e Letras, na Universidade de Coimbra.
Chamado à Escola de Oficiais Milicianos, quando da primeira Grande Guerra Mundial, foi um valioso colaborador da Revolução Nacional de Sidónio Pais, sendo então Alferes de Infantaria 35, em Coimbra.
Quando em 1918 grassava no País a terrível epidemia da (pneumónica) João Pestana Junior, para não abandonar um camarada atacado do terrível mal, tendo sido contagiado sucumbiu em 21 de Outubro de 1918, tendo nessa data para publicar “Flores da Alma).
Teve larga colaboração na Imprensa. (in Notas e Comentários para a História Literária da Madeira, III Volume, 3º período 1910-1952, Edição Câmara Municipal do Funchal, 1953, p. 220)
Em 1916 a Editorial Moura Marques, de Coimbra, publicou um livro de versos “Névoas de Lágrimas” – onde João Pestana Junior se revela com toda a sua fina sensibilidade de poeta e onde as suas qualidades de artista ficam bem impressas. Era irmão dos escritores e jornalistas César Pestana (Pausamias) e Vasco da Gama Pestana. Nasceu na Ponta do Pargo, Ilha da Madeira, em 1894. (in Notas e Comentários para a História Literária da Madeira, III Volume, 3º Período–1910–1952, edição da Câmara Municipal do Funchal 1953, p198)


Pestana (César Augusto)
(1904-1985) Nasceu na freguesia da Ponta do Pargo a 18 de Fevereiro de 1904, sendo filho de João Pestana e de D. Maria Rosalina de Gouveia Pestana, em t.º de Pontes de Gouveia. Casou em Lisboa em 1926 com D. Elisabeth Marie Gundersen, natural da freguesia do Marquês de Pombal, Lisboa, filha única de George Gudersen, de Bergen (Noruega) e de D. Aurora Gundersen, natural de Lisboa, de quem teve: D. Diva Maria Gundersen Pestana, diplomata com o curso da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, casada com o engenheiro Alberto David Soares Gonçalves dos Reis Júnior, c.g.; D. Elisabeth Aurora Gundersen Pestana, licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, casada com o Dr. Guilherme Poças Falcão Bicudo Correia Botelho da Costa, filho dos viscondes de Giraul, c.g.; D. Liliana Gundersen Pestana, licenciada em Farmácia; e César Augusto Gundersen Pestana, engenheiro geógrafo. César Pestana tirou o curso complementar de Letras do Liceu Jaime Moniz, do Funchal, o curso complementar do Comércio na Escola Industrial e Comercial do Funchal e foi aluno da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que abandonou para se dedicar ao comércio.
Desempenha as funções de solicitador, gerente comercial e contabilista na cidade do Funchal. Os assuntos que prefere versar no campo literário são: crítica e crónica literária. Tem colaborado no “Diário da Madeira”, 1930-1940, na “Revista Portuguesa” e na “Revista Lusitânia”, do Rio de Janeiro, na Revista “Das Artes e da História da Madeira” e em vários jornais e semanários do Funchal.

Foi secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas da Madeira e da Delegação na Madeira do Sindicato Nacional da Imprensa Portuguesa (1932).
Usou na imprensa os pseudónimos de Pausanias, Alcino e Augusto. Foi ele o iniciador e organizador dos Jogos Florais da Madeira. A sua formação política sempre republicana e democrata desde as bancadas do Liceu, fê-lo assumir posições oposicionistas ao regime totalitário que revolução do 25 de Abril de 1974 pôs termo. Esta inclinação política fê-lo ser vigiado pela PIDE e preso durante 21 dias.
Aceitou o cargo de procurador à extinta Junta Geral e a fazer parte integrante das comissões de candidatura dos generais: Norton de Matos e Humberto Delgado.
Publicou os seguintes livros: “Ao ritmo da tentação”, Funchal, 1933; “Miss Doly”, Funchal, 1930; Carta aberta ao Sr. Ministro da Educação Nacional, Funchal, 1945; “As Esquadras de Navegação Terrestre”, Aveiro, 1958 A terceira edição deste livro saiu em 1982.
Exerceu o cargo de procurador à Junta Geral do Distrito (1926) e foi membro substituto da Comissão Distrital do Partido Republicano Português, na Madeira, em 1926.
Dirigiu por mais de uma vez a Associação de Futebol do Funchal e o União Futebol Clube no ano da representação das ilhas à Taça de Portugal (1941).

Faleceu no Funchal a 6 de Janeiro de 1985, sendo sepultado no cemitério de Nossa Senhora das Angústias, em S. Martinho, em jazigo de família. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal,1983, p 369)

Pestana (Manuel de Gouveia)
(1895 - ) Nasceu na freguesia da Ponta do Pargo em 1895, sendo filho de João Pestana e de D. Maria Rosalina de Gouveia Pestana.
Embarcou novo para a União Sul-africana, onde casou com uma senhora inglesa e reside, actualmente, na cidade de Joanesburgo, onde está estabelecido comercialmente. Foi presidente da Casa da Madeira, na África do Sul, por ocasião da visita do chefe de Estado, general Carmona, àquele país, tendo por essa ocasião lido uma mensagem patriótica em nome da colónia portuguesa.
É notário, na cidade de Joanesburgo, por distinção do Governo Sul-Africano, sendo o único precedente aberto para com um português. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal,1983, pp. 371-372)

Pestana (Vasco da Gama)
(1907 - ) Nasceu na Freguesia da Ponta do Pargo em 1907, sendo filho de João Pestana e de D. Maria Rosalina de Gouveia Pestana.
Frequentou o Liceu do Funchal e a Escola dos Correios e Telégrafos de Lourenço Marques. É oficial dos Correios e Telégrafos na cidade da Beira, Moçambique. Tem o curso de Gonlometrista e tirou o brevet de aviador civil em Lourenço Marques.
Tem sido secretário permanente da Casa da Madeira, naquela cidade. Colaborou literariamente no “Diário da Madeira” e “Notícias”, de Lourenço Marques. Tem no prelo um livro sobre a vida dos negros da colónia de Moçambique, que se intitula “África”. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal,1983, p 373)

Pontes de Gouveia (Manuel)
(1903-1951) Advogado, notário e poeta, nasceu no sítio do Pico, Lombo Queimado, freguesia da Ponta do Pargo, em 1 de Novembro de 1903, sendo filho de Álvaro Tiago de Gouveia e de D. Eugénia Pontes de Gouveia, em
t.º de Pontes de Gouveia.
Casou 2 vezes, a 1ª com D. Adriana Feliza Velosa de Oliveira e a 2ª vez com D. Aida Jane Nogueira Celícia, natural de Gibraltar, s. g.
Do 1º casamento teve 2 filhos: Henrique Manuel Aubery Pontes de Gouveia e D. Maria Rosário Oliveira Pontes de Gouveia, casada com o Dr. António Manuel Rebelo de Quental, filho de Abel Hermenegildo Rodrigues de Quental e de D. Maria Ernestina Rebelo da Silva, c. g.
Tirou o curso do Liceu Jaime Moniz, do Funchal e licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Foi notário na ilha do Porto Santo e no concelho de Câmara de Lobos, Madeira. Desempenhou as funções de juiz municipal do Julgado de São Vicente e vogal da comissão administrativa da Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal. Durante um certo tempo exerceu advocacia em Lisboa. Escreveu e publicou 2 opúsculos de versos assinados com a letra “M” : “Visão do Céu”, Funchal, 1932; “Saudação a dois amores”, Funchal, 1940. Colaborou em vários jornais, escrevendo uma série de crónicas.
Faleceu no Hospital dos Marmeleiros, Funchal, no dia 26 de Abril de 1951. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal,1983, p 386)

Rodrigues (Egídio Torquato)
(1877 – 1955) Médico pela Escola Médico-Cirúrgica do Funchal, nasceu na freguesia da Ponta do Pargo, Madeira, em 1877, sendo filho de Felisberto Augusto Rodrigues, antigo tesoureiro da Fazenda Pública, natural da dita freguesia da Ponta do Pargo e de D. Firmina Olímpia dos Santos, natural da freguesia e concelho de Câmara de Lobos. Casou com D. Augusta Marcial de Albuquerque Rodrigues, natural do Arco da Calheta, filha do Dr. Júlio de Freitas Albuquerque, em tº. de Freitas de Madalena, e de D. Augusta Marcial, em t.º de Marciais, de quem teve: Dr. Júlio de Santa Cruz de Albuquerque Rodrigues, Advogado e notário, casado com D. Ana Mimoso de Vasconcelos França Albuquerque Rodrigues, c. g.; e D. Maria Ângela Albuquerque Rodrigues Rocha de Gouveia, casada com o Dr. Alfredo Rocha de Gouveia, antigo notário em Faro, c. g.
Tirou o curso do Liceu do Funchal e matriculou-se na Escola Médico-Cirúrgica do Funchal, onde se formou em 1898. Exerceu clínica na Calheta onde era muito estimado por todos os seus doentes, e desempenhou algumas funções públicas como a de Administrador do concelho da Calheta, onde passou grande parte da sua vida.
Faleceu em Lisboa a 10 de Maio de 1955, com 78 anos de idade. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal,1983, p 407)

Rodrigues (Manuel Leovigildo)
(1881 – 1959) Oficial do Exército e gerente do Banco de Portugal, nasceu no sítio da Lombadinha, freguesia da Ponta do Pargo, concelho da Calheta, distrito do Funchal, a 20 de Agosto de 1881, sendo filho de Felisberto Augusto Rodrigues e de D. Firmina Olímpia dos Santos. Casou com D. Maria Isabel de Freitas Silva, de quem teve 4 filhos: Dr. José Manuel da Silva Rodrigues, casado com D. Maria do Carmo Leite Monteiro Rodrigues, s. g.; D. Maria Ângela da Silva Rodrigues, casada com o Engº José Humberto Santos Guerreiro, c.g., e do primeiro tenente aviador Manuel da silva Rodrigues, prestando serviço nos transportes aéreos da Índia (1959).
Em 23 de Novembro de 1901, assentou praça no Regimento de Infantaria 27, tendo sido promovido a alferes em 4 de Fevereiro de 1909. Frequentou o Liceu do Funchal e as antigas Escola Politécnica e Escola do Exército, onde concluiu o curso da arma de Infantaria. Foi promovido a tenente-coronel em 11 de Novembro de 1935 e passou à situação de reserva em 21 de Março de 1938. Fez uma brilhante carreira militar, que iniciou em Moçambique, tendo tomado parte na campanha de Angola, desde 2 de Maio de 1910, onde se distinguiu de forma a ganhar a medalha de Valor Militar. Foi durante alguns anos professor do Liceu Jaime Moniz do Funchal e desempenhou as funções de agente do Banco de Portugal na Madeira, lugar que exerceu durante 36 anos. Foi ainda presidente da Assembleia Geral da Associação Comercial do Funchal e membro do Conselho consultivo da Junta Nacional do Vinho, em representação da viticultura do Sul. Fez algumas conferências nos quartéis e no Liceu da Jaime Moniz uma das quais sob o título “A nova colónia de Moçambique”. Possuía entre outras as seguintes condecorações: Medalha de prata D. Amélia Angoche de 1910, Medalha de Valor Militar, Comenda da Ordem de Avis; Medalha de ouro de Comportamento Exemplar e vários louvores em Ordem do Exército e Comando Militar

Faleceu em Lisboa no Hospital da CUF, onde se submetera a uma intervenção cirúrgica e se encontrava em tratamento, no dia 15 de Julho de 1959. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal,1983, p 412)

Rodrigues (Vasco da Gama)
(1888-1977) Oficial do exército, professor e publicista, nasceu no sítio da Lombadinha, freguesia da Ponta do Pargo, Madeira, a 11 de Fevereiro de 1888, sendo filho de Felisberto Augusto Rodrigues e de D. Firmínia Olímpia dos Santos.
Casou com D. Hermengarda Silva Martins Rodrigues, de quem teve 2 filhos: capitão-de-mar-e-guerra Vasco António Martins Rodrigues e tenente-coronel Manuel Felisberto Martins Rodrigues (em 1977).
Tirou o curso dos liceus no Funchal e os preparatórios para a Escola do Exército na Escola Politécnica de Lisboa e o curso de Astronomia e Geodesia na Faculdade de Ciências de Lisboa. Na Escola do Exército tirou o curso de Artilharia Fabril; o curso de Tiro em França; o curso de Táctica no Centro de Estudos Interarmas, em França e o curso de Altos Estudos Militares na Academia de Altos Estudos Militares. Foi promovido a alferes em 1 de Novembro de 1913 e a brigadeiro a 11 de Fevereiro em 1948. Nesta data passou à reserva por ter atingido o limite de idade.

No âmbito militar desempenhou funções de relevo nas antigas colónias ultramarinas e fez parte da expedição a França durante a 1ª Grande Guerra Mundial.
Na actividade civil foi membro da Comissão Municipal de Lourenço Marques, professor do Liceu Central da mesma cidade, chefe da Repartição Central da colónia de Moçambique e membro do seu Conselho Legislativo e ainda chefe de Gabinete do governador-geral daquele antigo território ultramarino.
Em 1952, foi presidente do Conselho Fiscal dos estabelecimentos fabris do Exército e em 1958 ministro da Guerra. Em 25 de Fevereiro de 1953 foi presidente da Direcção da Casa da Madeira. Além de diversos e importantes louvores possuía as seguintes condecorações: Grande Oficial da Ordem de São Bento de Avis; Medalha de Mérito Militar; medalha de ouro da Classe de Comportamento Exemplar; medalhas comemorativas da 1ª Grande Guerra Mundial em França (CEP), África (Moçambique) e na defesa do Porto e Lisboa e ainda a medalha da Vitória.
Escreveu na “Revista de Artilharia”, diversos artigos sobre assuntos técnicos e na “Revista Militar” sobre assuntos militares.
Também colaborou nos jornais do Funchal, escrevendo artigos sobre assuntos literários e políticos e no semanário literário “Alvorada”.
Faleceu em Lisboa a 5 de Novembro de 1977, com 89 anos de idade, tendo sido realizado o seu funeral na Igreja do Santo Condestável para o Talhão dos Combatentes, no Cemitério do Alto de S. João da mesma cidade. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal,1983, p 413)
Garrido Gilberto, Banganho António e outros, Toponimia da Ponta do Pargo, UMa, 2006

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