quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Presidentes unidos na revolta contra os CTT

Três dos oito presidentes de Juntas de Freguesias do concelho da Calheta têm neste momento algo que os une. João Guilhermino, da Ponta do Pargo, José Luís Sousa, presidente da Junta da Fajã da Ovelha, e Paulo Ferreira, autarca dos Prazeres, não estão satisfeitos com o serviço prestado pelos Correios de Portugal (CTT). A suportar este descontentamento dos políticos da costa Oeste da Região, juntam-se muitos populares, alguns dos quais contactados pelo DIÁRIO queixam-se veementemente sobre a questão.João Guilhermino está agastado pelas sucessivas queixas dos conterrâneos, e pede explicações aos responsáveis pelos CTT na Madeira. Exige responsabilidades e solicita ao director da instituição na Madeira, Carlos Rodrigues, uma intervenção célere. "Imagine que o tribunal manda uma intimação ou outra demanda qualquer e essa pessoa não comparece porque não teve conhecimento. Quem assume este mau serviço?", questiona.
Guilhermino classifica o actual serviço público dos Correios de Portugal de "um péssimo sistema". Curiosamente a este propósito Paulo Ferreira, presidente da Junta dos Prazeres, diz que: "isto só acontece a países de 3.º mundo".
Para José Luís Sousa, a razão é simples: "Para além de haver lugares onde os carteiros não passam há muito tempo ou porque não sabem onde fica ou por outra questão, o problema acentua-se porque os carteiros são novos e não conhecem os sítios. Quando estão a ficar mais ou menos a par, são mudados", razão que diz não compreender.
Reformas atrasadas
O DIÁRIO apurou junto de alguns reformados destas localidades que as suas pensões têm vindo a chegar aos 10 e 12 dias do mês, quando anteriormente chegavam no início. Os protestos curiosamente nem são direccionados aos carteiros. "Não são os coitados que têm culpa, é quem manda neles", dispara Luís Pestana, agricultor e residente na Fajã da Ovelha. A corroborar ao que atrás foi dito, Paulo Ferreira afirmou ter enviado uma carta à direcção dos CTT a denunciar as irregularidades. Acontece, porém que "nem resposta tive", disse. "Antes de se pensar em personalizar selos e outras coisas mais, deve-se assegurar o bom funcionamento da entrega", sublinha. As facturas de telefone e de luz eléctrica são outras "dores de cabeça" que afligem os munícipes. Manuel Jardim, Daniel Luís e Tobias Ponte, residentes nos Prazeres, comungam das críticas. Jardim com o recibo na mão disse "ter pago a sua conta já fora da data limite", por culpa do atraso do correio. Por sua vez, Tobias Ponte, relatou: "sei de um caso em que uma senhora queria pagar a luz, mas perguntou ao carteiro como iria pagá-la, se a sua reforma ainda não tinha chegado". Se tudo isto não bastasse, o presidente da Junta da Ponta do Pargo sublinha a sua incredulidade: "Como é possível o carteiro vir entregar a casa os jornais e não traz na mesma vez a correspondência, sinceramente não entendo".A fechar este estado de insatisfação, é o próprio Luís Pestana, que lança o aviso: "Isto assim é que não pode continuar".

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