Guilhermino classifica o actual serviço público dos Correios de Portugal de "um péssimo sistema". Curiosamente a este propósito Paulo Ferreira, presidente da Junta dos Prazeres, diz que: "isto só acontece a países de 3.º mundo".
Para José Luís Sousa, a razão é simples: "Para além de haver lugares onde os carteiros não passam há muito tempo ou porque não sabem onde fica ou por outra questão, o problema acentua-se porque os carteiros são novos e não conhecem os sítios. Quando estão a ficar mais ou menos a par, são mudados", razão que diz não compreender.
Reformas atrasadas
O DIÁRIO apurou junto de alguns reformados destas localidades que as suas pensões têm vindo a chegar aos 10 e 12 dias do mês, quando anteriormente chegavam no início. Os protestos curiosamente nem são direccionados aos carteiros. "Não são os coitados que têm culpa, é quem manda neles", dispara Luís Pestana, agricultor e residente na Fajã da Ovelha. A corroborar ao que atrás foi dito, Paulo Ferreira afirmou ter enviado uma carta à direcção dos CTT a denunciar as irregularidades. Acontece, porém que "nem resposta tive", disse. "Antes de se pensar em personalizar selos e outras coisas mais, deve-se assegurar o bom funcionamento da entrega", sublinha. As facturas de telefone e de luz eléctrica são outras "dores de cabeça" que afligem os munícipes. Manuel Jardim, Daniel Luís e Tobias Ponte, residentes nos Prazeres, comungam das críticas. Jardim com o recibo na mão disse "ter pago a sua conta já fora da data limite", por culpa do atraso do correio. Por sua vez, Tobias Ponte, relatou: "sei de um caso em que uma senhora queria pagar a luz, mas perguntou ao carteiro como iria pagá-la, se a sua reforma ainda não tinha chegado". Se tudo isto não bastasse, o presidente da Junta da Ponta do Pargo sublinha a sua incredulidade: "Como é possível o carteiro vir entregar a casa os jornais e não traz na mesma vez a correspondência, sinceramente não entendo".A fechar este estado de insatisfação, é o próprio Luís Pestana, que lança o aviso: "Isto assim é que não pode continuar".
Fonte: Diario da Calheta
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