segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Só quatro terrenos por resolver

A obra do Campo de Golfe da Ponta do Pargo representa um investimento de 16,4 milhões de euros. As expropriações levam 20 milhões.


Os trabalhos para a construção do Campo de Golfe na Ponta do Pargo - um investimento avaliado em 16,4 milhões de euros, que deverá estar concluído até ao Verão do próximo ano - estão no terreno há duas semanas com praticamente todos os terrenos expropriados e negociados.

Com o processo de expropriação dos prédios absorvidos pelo campo de golfe quase concluído e que se estima tenham custado cerca de 20 milhões de euros, quatro máquinas escavadoras do consórcio Somague e Zagope procedem já desde meados deste mês, à limpeza dos terrenos, repartida por três frentes de trabalho.

Promovida pela Ponta Oeste - Sociedade de Promoção e Desenvolvimento da Zona Oeste da Madeira, o projecto que se estende por cerca de um milhão de metros quadrados, tem a 'assinatura' do conceituado golfista de renome mundial, Nick Faldo, autor do 'desenho' que pretende ser uma alavanca de desenvolvimento não só para a freguesia do extremo Oeste da ilha da Madeira, mas também para o concelho da Calheta e para a própria Região.

A assessoria da Ponta Oeste garante que "já estão adquiridas 90% das parcelas de terreno, todas elas por comum acordo entre as partes". Dos 10% das parcelas que estão por adquirir, sustenta o promotor que "9% das mesmas já estão negociadas", sobrando "apenas quatro pequenas parcelas, que representam menos de 1% do total da área total, que ainda estão a ser negociadas", concretizou.

"Vejam quantos 'loucos' vieram atrás de mim"

A ex-proprietária de uma significativa área de terrenos de heranças de família, confirma a inexistência de qualquer litígio neste processo. "Tínhamos muito terreno que já foi adquirido para o campo de golfe e esse dinheiro já nos foi pago", assegurou Rosaria Abreu Gouveia. "Há apenas umas pontinhas que foram medidas ultimamente mas ao que nos garantiram, serão pagas agora no início do ano", acrescentou a autarca e presidente da Casa do Povo local.

Curiosamente a sua residência (sítio do Campo de Baixo) ficará envolvida pelo campo de golfe, mas não é abrangida pela expropriação. Uma situação que não a incomoda. Antes pelo contrário. "Cheguei aqui primeiro. Quando vim para aqui (1989) todos me chamavam de louca por vir para um sítio onde não morava ninguém. Vejam agora quantos 'loucos' vieram atrás de mim", diz, apontando para as outras moradias entretanto construídas nas redondezas.

"Aquilo que eu sei é que todas as casas já construídas ficam", refere, satisfeita por passar a residir praticamente 'dentro' do campo de golfe. "Agora que vem o campo de golfe vou sair!? Fico aqui dentro", assegura com agrado.

Rosaria Gouveia aguarda agora com natural expectativa pela concretização do projecto. "Se nos outros lugares é bom (campo de golfe), também aqui há-de ser bom", perspectiva. Conhecedora da realidade da freguesia, diz-se convicta que "tudo aquilo que está legal já está resolvido. Se há algum por receber deve ser algum engatezinho por causa dos registos", vaticina.

Outra figura de 'peso' é Manuel Garrido. "Segundo dizem ainda falta algum para pagar. Mas a maioria já está pago. No meu caso já está pago ou negociado. O que falta é só alguma ponta por aqui ou por ali, mas prometeram-me pagar até Fevereiro".

O 'decano' dos Garridos realça contudo que "as obras são bem vindas", e só lamenta que estas só agora se perspectivam vir a serem concretizadas, quando a freguesia "já está meio desabitada e a população residente ser envelhecida".

100 hectares na envolvente ao farol

São cerca de 100 hectares na envolvente à zona do emblemático Farol da Ponta do Pargo que ficará implementada esta infra-estrutura, a ser construída em duas vertentes. Uma de torneio com um grau de dificuldade maior (6.257 metros) e outra mais acessível para amadores com 5.878 metros. Terá 18 buracos 'championship' e um 'pitch and put' de nove. O projecto contempla ainda a construção de um campo de treino, vocacionado para iniciação ou condições especiais de jogo.

O recinto possibilitará uma versatilidade de opções aos jogadores, sendo que aos profissionais e em competições, o desafio é de 71 pancadas como o par ideal, e 72 para os amadores.

Dez lagoas serão colocadas estrategicamente de forma a aumentar o nível de dificuldade do jogo, e contribuir como função estética e funcional de reserva de água. Um club house servirá de ponto de apoio onde os jogadores e visitantes poderão usufruir de um restaurante e bar, uma pró-shop, recepção e balneários.

Fonte: Orlando Drumond /DN

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