. . . levamos a Ponta de Pargo e a Madeira no coração",

A Associação Desportiva e Cultural da Ponta do Pargo está a um triunfo de conquistar o segundo título nacional da sua história. O primeiro, que remonta a 2004, serviu de consagração do trabalho que a colectividade tem desenvolvido ao nível do ténis-de-mesa e agora, perante um crónico candidato ao título, o Mirandela, esperam garantir um género de prémio para o esforço contínuo evidenciado em prol da modalidade.

Não é menos certo, porém, que esta façanha iria contra todas as expectativas, dada a valia do oponente. Mas também não estava nas previsões dos 'especialistas' o facto do Ponta do Pargo viajar este fim-de-semana até Mirandela em vantagem após sair vencedor de um encontro electrizante disputado em casa. As 'meninas' da colectividade madeirense, impulsionadas por um público empolgante, conseguiram virar um resultado que lhes era desfavorável e precisa agora de vencer 'apenas' um dos dois encontros que faltam disputar.

Gilberto Garrido, líder da instituição, não se importaria, naturalmente, de arrumar a questão já esta sexta, no final de um desafio com início aprazado para as 17 horas, no pavilhão do Mirandela. E até esclarece que "a viagem de regresso para a Madeira está marcada para as 14 horas de sábado". "E não a quero desmarcar", acrescenta, confiante de que não será necessário disputar um terceiro desafio para tornar-se campeão.

Garrido relembra a história "bíblica quando David ganhou Golias" para exaltar as possibilidades da formação que preside. "David voltou a ganhar Golias no sábado passado na Ponta do Pargo e pensamos que pode voltar a ocorrer este fim-de-semana".

Um dos treinadores, Leandro Vieira, embora reconheça ter "sido muito difícil recuperar a desvantagem" no primeiro desafio, considera o triunfo um prémio para o "excelente esforço das atletas" e diz ter sido alcançado com todo o mérito". "Agora estamos a meio do caminho", referiu em seguida. O objectivo, como não poderia deixar de ser, passa por "fazer tudo para trazer o título para a Madeira. Mas não será fácil", advertiu. Se em casa o "apoio do público foi fantástico", fora Leandro Freitas tem a noção de "que vai acontecer exactamente o inverso" e diz ter já "preparado as jogadoras para isso". "Já dissemos que terão de manter a calma e fazer de conta que os nossos adeptos estão lá na mesma".

Para Garrido, porém, o facto da decisão ser dirimida em Mirandela acaba por ser uma falsa questão como comprova o título nacional que o clube arrecadou em 2004. "Quando fomos campeões nacionais perdemos em casa e fomos lá ganhar os dois jogos... Temos muita confiança na nossa equipa e no nosso trabalho. Temos a noção de que existe muito apoio e carinho em nosso redor, até mesmo de outros desportistas e levamos a Ponta de Pargo e a Madeira no coração", concluiu. Veremos se será suficiente.

Grupo de trabalho

Presidente: Gilberto Garrido;
Treinadores: Leandro Vieira e Duarte Fernandes;
Atletas: Ana Cristina Neves, Carina Johnson e Fuyu Fernandes;
Delegados: Ilídio Gonçalves e Vítor Gouveia.

Depoimentos

Carina Johnson - 25 anos, Suécia
"A minha esperança é a de vencer já no primeiro jogo em Mirandela. Mas sabemos que ainda falta um longo caminho a percorrer. Vamos dar o nosso melhor e acreditamos que é possível vencer. O nosso adversário é muito forte, tem três excelentes atletas e penso que teremos de ter um pouco de sorte, as coisas têm de correr bem para o nosso lado. Mas nós também temos qualidade e acho que qualquer um pode vencer".

Fuyu Fernandes - 27 anos, China
"Estou confiante. Reconheço que a equipa do Mirandela é teoricamente mais forte, mas nunca deixamos de acreditar que é possível conquistar o título. É verdade que seria melhor se jogássemos em casa, pois tivemos muita gente a nos apoiar no primeiro jogo. Mas já estamos preparadas para o 'barulho' dos adeptos deles e vamos tentar tirar isso da nossa mente e só pensar no jogo".

Ana Cristina Neves - 20 anos, Portugal - Madeira
"Estou preparada física e mentalmente. Julgo que a equipa adversária é mais forte do que nós, ainda por cima vamos ter de jogar os dois jogos - caso seja preciso - fora de casa e terá o público a seu favor. Mas vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para tentar mudar as coisas a nosso favor. Era fabuloso conquistar o meu primeiro título nacional".

Fonte: DN