quinta-feira, 16 de abril de 2009

Os Tormentos do Linho da Terra







O linho é uma planta herbácea, que atinge um metro de altura e pertence à família das lináceas.
Compreende um certo número de sub espécies, associadas pelos botânicos sob o nome de Linum Usitatissimum.

Compõe-se essencialmente de uma substância fibrosa da qual se extrai a fibra têxtil para a fabricação de tecidos e de uma substância lenhosa. É produtora de sementes oleaginosas e a sua farinha é utilizada para cataplasmas de papas de linhaça, usada para fins medicinais.


História

Não se conhece a data e o local em que o homem utilizou pela 1ª vez as fibras flexíveis do linho para confeccionar tecidos, nem quando a planta começou a ser cultivada.
Os primeiros vestígios da sua utilização apareceram em habitações lacustres da Suiça que datam de há cerca de 800 anos. No Egipto foram encontrados vestígios da sua utilização em jazidas do Neolítico representados por fragmentos de tecido e por fusos, por volta de 500 a. c. Estes factos não só provam que o linho era já então cultivado e utilizado mas indicam, pela perfeição do seu fabrico, um longo desenvolvimento anterior. O linho vem também mencionado no Velho Testamento. As cortinas e o Véu do Tabernáculo e as Vestes de Arão como oficiante, eram em " linho fino retorcido".A túnica de Cristo era de linho sem costuras.
A planta aparece, posteriormente, em certas regiões da Grécia Continental - onde o linho foi igualmente um dos mais importantes têxteis.No território que veio a ser Portugal, o cultivo do linho e a sua utilização têxtil provém, dos tempos pré-históricos. Em certas jazidas da província de Almeria que remontam a 2500 a. c. , encontraram cápsulas de linhaça, e numa "sepultura", coberta por mámoa, situada numa propriedade particular junto das Caldas de Monchique, no Algarve, considerada da 1.ª fase do bronze mediterrâneo peninsular, recolheu-se um pequeno farrapo de linho (2500 a. c.).



Do Cultivo à Tecelagem

É mais conhecido o provérbio "os tormentos do linho" para significar uma vida "dolorosa" e "custosa". Isto pode significar o quão moroso é o "tratamento do linho".


O Cultivo

De uma maneira geral pode dizer-se que a planta dá-se bem em quase todos os climas. No entanto prefere os terrenos silico-argilosos, de solo profundo, de consistência média, fresco e permeável à água. Como a duração do seu ciclo vegetativo é muito curto, a planta deve absorver rapidamente os elementos minerais: Os solos frescos e ricos são-lhe altamente convenientes e nos terrenos pobres, os processos de adubação devem ser cuidadosamente aplicados.
Segundo a tradição, "deve-se semear o linho na primeira Sexta-feira de Março, para ele ser fervaço (ser grande e forte). Semeia-se na Lua Nova, pelo Entrudo, para ele ter muita febra (fibra).A linhaça (semente do linho) é guardada de um ano para o outro, ao fumo, pois assim "se conservam mais tempo e nascem melhor". Antigamente as pessoas andavam descalças. Como tal, sujeitavam-se muitas vezes a ferimentos nos pés.
Numa panela deitavam as sementes num pano e deixavam ferver: Quando estavam cozidas, a água ficava viscosa.
Para curar uma entrevação (chaga), espalhavam a linhaça sobre a nódoa negra do pé. A linhaça era utilizada também para fazer chá (era bom para os intestinos).
Colocada a semente na terra, por tradição deve-se benzer. De seguida, começa-se a misturá-la com terra a adubo, utilizando uma enxada de "garfo".Era tradição fixar uma cana na terra, com cerca de 80 centímetros. Esta ficaria na terra, como medida de referencia, até que fosse feita a colheita do linho. O linho plantado nesta altura do ano dispensa a rega. Precisará apenas de ser mondado.
Quando necessário, a rega é feita geralmente ao nascer e pôr do sol, no sistema de inundação encaminhada até ao campo através de uma rede de regos feitos na altura das sementeiras.
Em Maio, as flores azuis e frágeis surgem, para dar lugar às cápsulas que albergam sementes para o futuro cultivo.
"Entre São João e o São Pedro é a altura de apanhar o linho". A colheita das hastes deve ser feita um pouco antes de o fruto secar, a fim de que as fibras não fiquem ásperas; também não deve fazer-se cedo de mais para que não sejam demasiado fracas.
A colheita é manual, arrancada pela raiz, a fim de se aproveitar todo o comprimento dos caules, formando-se em mancheias (pequenos molhos) com a parte da semente toda para o mesmo lado.

Esta tarefa era acompanhada de cantares, que ainda hoje estão presentes na memória dos mais idosos.


Tenho o meu linho no lago
E o meu marido P'ra morrer.Má vale o meu marido morra
Que o meu linho se perder.

Se o meu linho se perder
Eu não tenho que fiar.
Se o meu marido morrer,
Eu me volto a casar.


A Ripagem

O linho é depois sujeito a uma operação que se chama ripagem com o objectivo de separar a baganha (película que envolve algumas sementes casulo do linho) do caule.
Seguidamente é posta a secar ao sol para serem extraídas as sementes. Com pancadas verticais, faz-se passar por entre os dentes do ripanço o topo das plantas. As cápsulas, bem fechadas e rijas, saltam para o chão.
As cápsulas são postas 4 a 5 dias ao sol, para amadurecerem e, desta forma saírem as sementes (linhaça), que serão guardadas num saco de pano e ao "fumo do lar", para o ano seguinte.


Curtimenta

" Depois do linho apanhado e ripado tem que ser enlagado".A curtimenta é uma das operações mais importantes. Os molhos do linho são colocados dentro de água estagnada ou corrente, por um certo período de tempo. É uma operação indispensável para se obter a separação dos elementos fibrosos dos lenhosos.
O período de tempo da curtimenta depende dos locais em que esta se realiza, variando, normalmente, entre 6 a 8 dias.
Efectuada a curtimenta, o linho é retirado da água e lavado para mover as sujidades que se acumulam. Em seguida é colocado a corar e a secar ao sol durante alguns dias. Depois de seco é atado em "maçadoiras" e levado para o seu destino.


A Maçagem

A preparação das fibras do linho para o uso têxtil consiste na separação das fibras lenhosas e das fibras têxteis. Esta operação é feita por processos diferentes conforme as regiões.
O instrumento usado neste trabalho é o maço.
Esta tarefa consiste em bater o linho com um maço de madeira para soltar as arestas, sobre uma pedra redonda.
Para tal é necessário que o linho esteja bem seco e estaladiço, por isso antes de ser maçado é exposto ao sol até ficar bem seco.
O dia de maçar o linho era quase de festa. Era escolhido um dia de sol, quente, se fosse de Leste seria melhor.
" Depois de estar maçado, faz-se uns molhinhos, arruma-se num monte, cobre-se com um cobertor e vai-se deitando água por cima durante uns dias, ou então pode ficar uma noite dentro do poço e no outro dia de manhã empilheira-se (colocar o linho amontoado) e espalha-se à noite. E se o tirar à noite fica empilheirado e só no dia seguinte é que é espalhado para enxugar".De novo o linho é amarrado em molhos pequenos, as denominadas mancheias ( com o diâmetro que caiba numa mão). Cada maçadoira deu origem a quatro mancheias. Como não pode ter qualquer humidade, antes de passar a outro tormento, o linho tem que secar muito bem. De novo a citação, para que este relato seja o mais fiel possível.


A Gramagem


Uma outra forma de maçagem do linho poderá ser por meio de grama ( que se processa após a maçagem do linho a maço). O linho antes de gramado tem que ser aquecido ao sol ou ao forno, não só por ser difícil trabalha-lo frio e mole, mas também porque dá mais desperdícios.
"Depois de ser cozido o pão, limpa-se as brasas e tapa-se o forno durante uma hora e meia.Mete-se, então o linho lá dentro. Quanto mais seco o linho ficar, melhor: fica mais áspero e descasca com mais facilidade. Tapa-se de novo o forno e vai-se tirando às mancheias, conforme for preciso para gramar". A gramadeira, cheia de pó do tempo e teias de aranha anuais, é um objecto que, aos olhos de qualquer pessoa, faz lembrar a faca de cortar bacalhau usada nas tradicionais mercearias. O que chamaríamos faca tem o nome de gramilha e tem a função de triturar as cascas do linho, as denominadas arestas. Neste sofrimento desprendem-se as primeiras fibras, as mais curtas e menos resistentes: os tomentos.


Tasquinhar

" Depois de gramar, vai a tasquinhar".A tasquinha tem por finalidade separar as fibras têxteis das palhas fragmentadas da parte lenhosa fracturada pelas operações da maçagem ou gramagem, e de outras fibras muito grosseiras. O instrumento usado nesta operação é a tasquinha (espadela).
Esta operação processa-se em cima de uma tábua de madeira e tem como objectivo retirar o resto das arestas que ainda estão ligadas às fibras que, aos poucos, se vão multiplicando em filamentos pelo ar, na cara e roupa daquela que não larga a mancheia, que agora passa a ter o nome de estriga (designação dada ao linho que, nesta fase, cabe numa mão). É esta que vai submeter-se ás fases seguintes: o sedar e o fiar.

O Sedeiro

"E como é que o linho não havia de ter medo do sedeiro ?"A última etapa de todo o processo é a assedagem que consiste na separação das fibras longas, do linho, da estopa, que são mais curtas.O sedeiro, de uma maneira geral, é constituído por uma "mesa" de madeira revestida de chapa, onde assentam dentes de aço voltados para cima. Tem a missão de seleccionar as melhores fibras e penteá-las, ou seja, ordená-las paralelamente. É composto por duas partes, uma com dentes mais largos, onde passam as fibras numa primeira fase, e outra com pregos mais juntos e fininhos. Ao passar por aqui, a estopa vai ficando para trás, chegando ao fim apenas as fibras mais compridas, finas e lisas (entrefina). Com elas se fazem os fios de espessura mais reduzida que, depois de tecidos, proporcionam o que de melhor a terra produz, em termos de têxteis vegetais.A estriga, ou seja, o conjunto de filamentos que se mantêm na mão, é depois torcida e posta de lado.


A Roca

"Deitar o linho na roca".A roca é uma vara com um bojo numa das extremidades onde se enrola a estriga (porção de linho que se põe de cada vez na roca) que se quer fiar.
A difusão da roca no mundo ocidental deu-se sobretudo a partir da antiguidade clássica. De então para cá ela assume uma grande importância, adquirindo formas variadas e ricas conforme as regiões.
Inicia-se outra fase, completamente diferente das vividas até agora, que se aprende com todos os sentidos, tal é o significado quase lendário que tem.
A partir do meio da estriga, é aberta muito suavemente. Os finíssimos filamentos estão ligados quase por magnetismo. A fiandeira dá uma breve cuspidela sobre as primeiras fibras que tocam na roca.
Com movimentos circulares, o objecto gira na mão direita. Com a esquerda, a estriga é enrolada levemente na parte mais larga da roca.
Na roca só se põe uma estriga de cada vez.
"Agora está pronto para fiar".


O Fio e a Fiação

A fiação tem as suas origens no Mesolítico.
Com a descoberta do fuso - instrumento para fiar à roca, a técnica de fiação melhorou consideravelmente.Para além do rendimento de trabalho aumentar já foi possível obter fios mais finos e regulares.
Segundo Robert Lowie (manual d' anthropologie), o fuso teria sido inventado pelos povos do mundo antigo.Carregando a roca com a estriga, a fiandeira segura-se com a mão esquerda e com a outra o fuso. Puxa as fibras do linho da estriga e enrola-as com o polegar e o indicador da mão esquerda. Com a saliva e auxílio dos dentes, humedece e estica o fio para que este fique uniforme
O fio assim confeccionado, vai sendo enrolado no fuso com o polegar e indicador da mão direita formando assim a maçaroca de fio.
O fuso tem a particularidade de ter, na parte de cima, uma ranhura em espiral de quatro centímetros, para melhor segurar o torcido.
Enquanto fia, sobre o colo caem-lhe as últimas arestas da planta.
Mas, ao fiar, sempre surgem fibras mais curtas, que vêm alterar a espessura regular do fio. Para evitar esta situação, o fio é sempre levado á boca e, com os dentes, é retirado o inoportuno capão.
Por estas razões, é um facto, o linho, quando retirado do fuso, apresenta-se húmido.
E, para fiar, há que o fazer sentada, pois o velho ditado não perdoa:

"Quem do alto fiaO fuso lhe cai
E o Cu lhe assobia." O fuso não toca no chão e se por acaso caía, repentinamente, dizia:
"ai o meu tormento." "Quem me dera ser o linhoQue vós na roca fiais
P'ra me dar tantos beijosComo vós no linho dás." Para fiar fininho, o considerado bem fiadinho, além de exigir prática, requer também bons dentes. Quanto mais torcidas as fibras ficarem, mais resistente ficara o fio.

" Depois de fiado é sarilhado."


Ensarilharo

Fio que está enrolado no fuso, vai passar por outro objecto: o sarilho que, seguindo umas voltas inalteráveis, o ordenará em meadas.


Processo de Branqueamento do Fio

O linho sofre dois tratamentos de branqueamento: o fio e em tecido.
Como já foi dito, o fio depois de fiado, é posto em meadas. Estas, antes de serem dobadas e tecidas, são objecto dum processo de branqueamento. De certa forma complexa, a operação que tem por fim liberta-lo de todas as impurezas chama-se "barrela". Em certas zonas este processo começa pela "deceiva", em que as meadas são batidas fortemente sobre a pedra do lavadouro apenas com água sem usar sabão. Uma outra forma, mais frequente na Madeira consiste em colocar as meadas num cesto de vimes - o barreleiro (o barreleiro serve, também, para escorrer a água do linho lavado, devidamente alisado e dobrado, e para o transportar até ao local, perto de casa, onde irá continuar a corar). Numa panela ferve-se água com cinza e algumas ervas (folhas velhas de couve, flor ou folha de sabugueiro, heras e muitas outras), deita-se por cima das meadas e deixa-se ficar algumas horas.Logo após este tratamento as meadas são lavadas e colocadas em varas suspensas ao sol. São depois guardadas.


A Dobagem

O fio das meadas tem de ser passado a novelos, quer se destine a urdidura da teia quer a trama do tecido.
A passagem do fio a novelos é feita através de um aparelho chamado dobadoira.


A Tecelagem

" A etapa que se segue é a da tecelagem que inclui a urdidura, colocação da teia no tear, e o tecer propriamente dito".


A Urdidura

A urdideira é um equipamento com o qual se realiza a urdidura. Permite-nos obter um determinado número de fios têxteis, todos com o mesmo comprimento.
A urdidura envolve também uma série de conhecimentos técnicos e espírito de concentração. Só para montar a teia no tear, são precisas três pessoas. O trabalho de urdir (fazer o cálculo do número de fios que o tecido terá na sua largura e de qual o comprimento) é tarefa que nem todas as mulheres sabem fazer.
Depois de urdido numa "urdideira", o fio que vai constituir a teia é montado no órgão traseiro do tear. À saída, a teia é cruzada em duas canas vieira - as encruzadeiras, seguindo para os liços (agrupados dois a dois), sendo a sua passagem alternada em cada liço: um fio da teia passa pelo liço traseiro e o outro pelo liço dianteiro.Enfiada nos liços, a teia passa pelo pente (constituído por lâminas de bambú) e por pequenos orifícios chamados puas. Finalmente, os fios da teia são presos ao órgão dianteiro. Os pedais ou "prumideiras" são fixos ao chão numa extremidade, e presos aos liços respectivos.Montada a teia, coloca-se o tempereiro para manter a teia à mesma distância nas ourelas.
Este trabalho é realizado de pé, encostada ao descanso do tear - cedoura ou banco. O algodão ou o linho da trama é na "dobadoira" e colocado num "caneleiro" para encher a "canela" que colocada na "lançadeira" . A cada passagem da trama há troca de liços (através do pedais).Estes movimentos repetem-se até concluir a tecedura.
Finalmente, faz-se o remate final.
Nas suas casas as tecedeiras possuem teares idênticos a muitos outros, felizmente ainda existentes na nossa região. São teares antigos e que foram transmitidos na família ao longo de gerações.
A tecelagem é uma operação que consiste em entrelaçar os fios de modo a formar o tecido. Os fios que entram na constituição do tecido são de duas categorias: os da urdidura e os da trama ou tapadura.

Este trabalho é efectuado através de uma máquina chamada tear. Os teares de tipo artesanal usado entre nós, apresentam pequenas variantes e são do tipo horizontal, com pedais podendo ter dois ou quatro liços.


O Tear

A população da Ponta do Pargo, vivendo essencialmente da agricultura, criou os seus próprios hábitos de trabalho, de alimentação e de vestuário muito peculiares.
Até meados deste século, grande parte dos trajes que usavam, tanto para vestir como para dormir e lides domésticas, eram tecidos no tear, instrumento útil e indispensável a toda a casa rural.
Toalhas de mãos, cesta de almoço, de mesa e do tabuleiro do pão, assim como os lençóis da camilha, eram tudo em linho ou estopas, tecido do tear.
As calças e jalecos em lã de ovelha e as camisas de linho, constituíam a vestimenta do homem, enquanto a mulher vestia saia também em lã de ovelha, tingida em vermelho, com listas e de cor natural e, por vezes, blusa de linho.
Toda a jovem prestes a casar deveria ter como dote a sua teia de linho. As cobertas e tapetes de retalhos eram também indispensáveis. Daqui se verifica a necessidade e utilidade do tear caseiro.
Dum modo geral, os teares eram simples e constituídos por homens habilidosos que utilizavam madeira de castanho, til ou pinho da terra.

Os teares eram compostos por:

Duas prumideiras (pedais)
Dois órgãos de enrolar o fio e de enrolar o tecido;
As apanhas;
Os liços;
A queixa por onde passa o fio;
O pente;
As carrilhas;
Duas pombinhas;
Duas varinhas;
A chave do tear;
Os prumos;
Dormentes.

Os liços para tecer em conta de linho ou seriguilha, eram dois, por vezes quatro, constituídos na própria freguesia. Também o pente carece de mãos especializadas. Eram encomendados também na freguesia, a mulheres que tinham paciência de os construir.
Existiam pentes para tecer linho e para tecer a lã de ovelha e retalhos.
Actualmente existem poucas tecedeiras a trabalhar na Ponta do Pargo, sendo quase todas idosas. O mesmo não acontece com o número de teares existentes na freguesia. Existem vários teares em muitas habitações antigas, geralmente colocados nas cozinhas, sendo uns fixos por parafusos com porca sextavada e outros com bases próprias, a fim de tornar possível o seu deslocamento e desmontagem.
De referir que todas as saias existentes no Grupo de Folclore da Casa do Povo da Ponta do Pargo, foram e ainda são tecidas artisticamente por tecedeiras que sentem prazer naquilo que fazem.
As camisas e blusas de linho, são também tecidas na freguesia, actualmente uma das poucas que ainda cultiva o linho, promovendo exposições, quer no Concelho, quer em outras localidades da Região Autónoma da Madeira.
Tendo como objectivo, a promoção e divulgação da Cultura do nosso Povo, a referida Casa do Povo, criou um ATELIER DE ARTESANATO ( oficina de construção de objectos etnográficos do concelho da Calheta) e um CENTRO DE ARTESANATO (espaço destinado à formação dos jovens e adultos nas áreas do linho, da lã de ovelha, dos retalhos e ainda na construção de Cestos em Palha de Trigo e folhas de Bordão de São José - objectos típicos da freguesia em vias de extinção), onde o visitante poderá ter contacto com os próprios artesãos, formando e adquirindo o seu(s) objecto(s) preferido(s).

Texto de : Jaime Heliodoro de Caíres Andrade

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