terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Homenagem ao Cónego Homem de Gouveia


Cónego da Sé do Funchal, orador, professor, jornalista e poliglota, nasceu na freguesia da Ponta do Pargo, Sítio do Salão, em 15 de Dezembro de 1869, sendo filho de António Homem de Gouveia e de D. Josefina Maria de Gouveia, n. p. de António Homem de Gouveia e de D. Maria Antónia de Jesus, em t.º de Pontes de Gouveia, n.m. do morgado Manuel de Ponte de Gouveia e de D. Maria de Gouveia.Cursou o seminário desta diocese e ordenou-se presbítero a 23 de Setembro de 1893. No princípio da sua carreira sacerdotal exerceu o papel de cura do Porto Santo, vigário da Boaventura, mestre de cerimónia da Sé Catedral, Capelão da Sé da Santa Casa da Misericórdia, sendo em 30 de Novembro de 1899, despachado por carta régia, cónego da Sé do Funchal. Desempenhou as funções de escrivão da Câmara Eclesiástica, inquiridor dos bens pontifícios, examinador pró-sinadal e exerceu diversas comissões de serviços públicos como sejam: o cargo de Presidente da Junta Geral do Distrito, deputado da Nação, nas sessões legislativas de 1905 a 1906, de 1906 a 1907, e provedor da Santa Casa da Misericórdia. Foi professor do Seminário, do Liceu e da Escola Industrial e Comercial do Funchal, e funcionário do Museu Municipal. Em 1952 ofereceu à Junta Geral (biblioteca da estação agrária) algumas obras valiosas sobre assuntos da história natural do nosso arquipélago. Foi um dos poliglotas mais distintos da Madeira, falando correctamente várias línguas, nomeadamente a Espanhola, a Italiana, a Francesa, a Inglesa e a Alemã.No campo literário, os assuntos que preferia versar eram. Estudos Sociais, Religiosos e Políticos.Foi um dos fundadores do primeiro Diário Católico do Funchal “O Correio do Funchal”.Como jornalista, colaborou em vários jornais, sustentando várias polémicas que despertaram grande interesse. Proferiu várias conferências nesta cidade. Foi capelão e amigo do ex-Imperador Carlos da Áustria, e de sua mulher, a Imperatriz Zita, quando os antigos soberanos viveram exilados com seus filhos na Madeira, após a primeira Grande Guerra Mundial (1914 – 1918).Escreveu e publicou: “A Escravidão da Igreja em Portugal”, discurso proferido na câmara dos deputados na sessão de 5 de Maio de 1905. “Necessidade do descanso dominical”, discurso proferido na Câmara dos Deputados na sessão de 6 de Fevereiro de 1907. “A Situação da Madeira” discurso proferido na câmara dos deputados na sessão de 19 de Fevereiro de 1907. “O Imperador Carlos”, Lisboa, 1922. Possuía a seguinte condecoração: “Proeclesia et Pontífice” pela Santa Sé. Faleceu no Funchal, no dia 29 de Julho de 1961 com 91 anos de idade. (in Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX e XX de Luiz Peter Clode, edição Caixa Económica do Funchal, 1983, pp. 240-241)

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