sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ponta do Pargo cresce para a arte e a cultura


O centro cívico, que hoje faz 2 anos, tem sensibilizado a população para as artes
Data: 12-09-2008


A visão, o gosto e o entendimento sobre a arte e a cultura começam a ser outros por parte da população da freguesia da Ponta do Pargo. Esta é a opinião generalizada dos responsáveis pelas instituições locais e assumida pela população.

Pintura, escultura e fotografia são algumas das expressões artísticas desfrutadas por muitos dos que sobrevivem à custa da agricultura e da construção civil.

As diferentes manifestações culturais existentes são vistas para já com outros olhos. Que o digam Fernanda Fernandes e Alcindo Andrade, dois habitantes residentes na localidade que antes apenas assistiam a estes eventos pela televisão.

Hoje, o hábito antigo modificou-se, graças aos certames no Centro Cívico, espaço que hoje completa dois anos de existência e tradicionalmente acolhe as diferentes iniciativas das instituições locais. Curiosamente, os dirigentes destas entidades assumem, sem receios, aliar a oferta à entrada de mais visitantes à freguesia.

A mudança aconteceu com a regularidade das exposições, juntando-se à parceria existente entre a Associação Desportiva e Cultural da Ponta do Pargo, a Junta de Freguesia e a Casa do Povo local. Este papel, importante na promoção e até na própria educação da Cultura junto da população maioritariamente idosa, despertou o apetite pelas diferentes áreas da arte. Gilberto Garrido, presidente da Associação Desportiva e Cultural, acredita no crescimento e sublinha que a oferta das iniciativas incide no gosto da população, mas também na oportunidade de poder levar os artistas à Ponta do Pargo. Ainda assim, frisa que, ao longo destes últimos dois anos, "tem sido muito forte a adesão aos diversos eventos ". E garantiu: "Até final do ano que vem temos a programação completa a pensar nesta gente".

Centro Cívico alterou hábitos

O presidente recorda ainda que para trás ficou uma localidade onde não havia a oportunidade de se assistir ao vivo a determinadas ofertas, todas elas gratuitas. "Era impensável há um par de anos ter uma regularidade de exposições com o nível que aqui apresentamos".

O êxito resume-se "ao espaço e à proximidade ao Funchal", onde se concentra grande parte dos artistas madeirenses. "Hoje vir até à Ponta do Pargo não se gasta três horas como antigamente, e isso, inegavelmente, ajuda a que tenhamos diversos artistas presentes numa só vez", revela. Gilberto Garrido garante que tanto assim é, que a localidade está no roteiro das exposições dos vários artistas, "muitos até internacionais". O esforço e a conquista da iniciativa, diz Rosário Gouveia, presidente da Casa do Povo, "devem-se às parcerias levadas a efeito com diversas entidades regionais e concelhias", o que tem vindo a arrastar durante um período de tempo algumas centenas de populares a determinados eventos. "Não só de cá", aponta. Outra razão deste contentamento é o facto de haver contactos com excursões organizadas. "As exposições são um pretexto ou, se quiser, mais uma oferta para poder atrair mais gente à freguesia. Queremos dar a conhecer a Ponta do Pargo e esta é outra forma", garante João Guilhermino, presidente da Junta de Freguesia.

Para já, a oferta de mês é a MIAB (Madeira International Art Bienal), que abriu portas na passada sexta-feira.
Fonte: DIÁRIO de Notícias

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