sábado, 10 de maio de 2008

O Pico das Favas, o Campo de Golfe e a RDP

Quem passeia pela Ponta do Pargo e percorre a Rua César Augusto Pestana, em direcção ao Farol, ao passar ao lado do Pico das Favas, certamente não resiste à imensa curiosidade de subir até aos 392metros de altitude do dito pico.
Qualquer pessoa fica encantado com a paisagem que dali se desfruta – vê-se quase toda a freguesia, do sítio da Lombada Velha ao sítio do Amparo, uma vista magnífica sobre o Farol – mas chocado com o estado actual em que se encontra o cume da mesma elevação.
Aquele local é dos mais importantes da história da freguesia. Foi no sopé desta elevação, Pé do Pico, que um pouco antes de 1560 os pescadores locais ajudaram a construir a primeira capela da freguesia, dedicada a São Pedro.
Foi no Pico das Favas que foi construída e funcionou durante muitos anos a Estação Semafórica da freguesia. Por volta de 1940 foi criado na freguesia um movimento para a construção de um cruzeiro no topo do pico que, segundo se previa, poderia ser visitado de carro, numa estrada de acesso, a ser construída na encosta da dita elevação.
Que se pode visualizar? Num completo desrespeito pela história e pelas pessoas da freguesia e mesmo da região, a RDP mandou construir uma pequena casa, onde implantou uma antena de retransmissão de sinal, ocupando quase na totalidade as ruínas da referida Estação Semafórica assim como a base do entretanto abandonado projecto do Cruzeiro. (Por razões que no momento desconhecemos, mas prometemos investigar, este projecto foi abandonado. O sonho imaginado era construir um monumento à semelhança do existente no Pico dos Barcelos e no Pico da Torre em Câmara de Lobos).

Com tantos picos na freguesia, como se entende que fosse logo aquele a ser ocupado?

Que tristeza.

Agora que temos a certeza que o Campo de Golfe vai avançar, julgamos que a Sociedade de Desenvolvimento da Ponta Oeste e Nick Faldo teriam um gesto digno de registo e de louvar se esta infra-estrutura fosse removida daquele maravilhoso sítio, a antena colocada noutro local fazendo com que o passado e a história fosse respeitada e, a RDP com o apoio das entidades públicas envolvidas, pudessem devolver àquele espaço a dignidade e o significado que este local sempre representou para as pessoas da nossa freguesia.

Ficamos todos à espera, acreditando que este erro será prontamente rectificado.



Gilberto Garrido

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