segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Comandante do graneleiro desobedece às autoridades
O comandante do navio graneleiro 'Cape Mor' que está fundeado, a menos de duas milhas da costa da Ponta do Pargo, com uma avaria, recusou-se ontem ao longo dia cumprir as ordens determinadas pela Autoridade Marítima de Portugal.
Segundo o DIÁRIO apurou, a circunstância do navio com 298 metros de comprimento por 47 de boca (largura) estar fundeado na batimétrica dos 50 metros constitui uma ameaça, pois está sem 'máquina' e como tal incapaz de manobrar pelo seus meios.
Feita uma primeira avaliação, por intermédio de uma equipa da Capitania do Porto do Funchal que se deslocou a bordo, entendeu esta entidade, em sintonia com Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, ordenar ao comandante que este solicitasse o reboque do navio até uma zona de fundeadouro seguro, que no mar da Região está identificado na baía do Funchal.
No sábado, as autoridades portuguesas mandaram seguir para o local dois rebocadores da Administração de Portos da Madeira, só que o comandante do 'Cape Mor' não autorizou a passagem do cabo do reboque por entender que os rebocadores poderiam não ter força para deslocar o graneleiro com 194.468 toneladas de arqueação bruta e por considerar, também, que a reparação da avaria poderia ser feita no mar da Ponta do Pargo.
Entendimento diferente têm as autoridades portuguesas que, conscientes das correntes e da força do vento naquela zona da ilha, consideram que a posição do navio pode constituir uma ameaça. Não só pela curta distância a que está da costa, como e sobretudo pelo facto da zona ter 'baixas' - rochas que emergem do fundo - que constituem uma ameaça caso o navio garre, ou seja, se desloque para além da posição em que fundeou, até porque o calado do 'Cape Mor' é 10,50 metros.
Durante todo o dia de ontem, o 'conflito' foi sendo dirimido, com o comandante a tentar adiar o recurso ao reboque e as autoridades portuguesas a determinarem o envio de um terceiro rebocador para a zona.
Segundo apurámos, os rebocadores da APRAM estiveram em permanência na zona, tendo pernoitado no porto de Abrigo do Porto Moniz, estando destacado para a zona o navio-patrulha 'Cuanza'.
Ainda que sem confirmação oficial, o DIÁRIO apurou que, na tarde de ontem, dois superintendes nomeados pelo armador embarcaram no 'Cape Mor' no intuito de eles próprios mediarem o 'conflito' com as autoridades portuguesas.
Quanto à reparação da avaria, ao que tudo indica, nas próximas horas, deverão chegar à Região técnicos que tudo farão para colocar o navio em marcha e segurança.
De referir que mesmo com a avaria totalmente reparada, o navio deverá ser submetido a uma inspecção por parte das autoridades portuguesas para então poder prosseguir viagem.
Texto: Mário Olim/DN
Foto: João Pita/PPN
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