A população do concelho da Calheta, a oeste da ilha das Madeira, conserva ainda a tradição de expor presépios ao longo das estradas que iluminados à noite reforçam a ambiência natalícia.
Os presépios, expostos junto da estrada, são essencialmente constituídos por casas de colmo de várias dimensões onde, no seu interior, o imaginário do nascimento do menino Jesus coabita com a criatividade de cada um.
As igrejas, os coretos, as bandas, os pais natais, a lavoura, as pescas, os moinhos, os animais, os costumes entre outros aspetos da vida e da rotina quotidiana, são neles representados.
José Vieira, de 71 anos de idade e residente na Ponta do Pargo, há sete anos que idealiza e monta o seu presépio defronte da sua casa, tarefa que (re)começa logo que as festividades acabam: “tenho um prazer fazer isto”, diz, olhando a sua “obra-prima”.
Lembra o Natal”, acrescenta, reconhecendo ser “um bocadinho difícil para armar estas coisas e pôr no sítio certo”, nomeadamente as centenas de peças, umas animadas por via da energia elétrica conduzida por pequenos motores reaproveitados de micro-ondas e de outros eletrodomésticos em engenhocas inventadas pelo seu criador.
“Leva muito tempo, começo em janeiro e vou fazendo pouco a pouco', admite.
Para José Vieira, é o presépio que 'faz lembrar o Natal. Os novos, hoje em dia, não fazem isto, os idosos é que recordam o Natal”.
“Claro que isto é uma tradição mas quando for para o outro mundo já ninguém vai fazer mais isto”, vaticina.
“Isto é particular, faço por minha conta”, explica, acrescentando: “isto é a minha obra-prima”.
Foto: João Pita
Texto: Correio do Minho/Lusa
Foto: João Pita
Texto: Correio do Minho/Lusa
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